quinta-feira

Influencer - Kerry Patterson et al (2007)


O Pedro Antão mandou-nos este resumo que decidiu partilhar connosco.

O nosso MUITO OBRIGADO!

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“Serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar; coragem para mudar as que posso e sabedoria para ver a diferença.”

A armadilha da SERENIDADE
Quando falhamos redondamente rendemo-nos. É altura de desistir e seguir em frente – procuramos a serenidade. Em vez de continuamente procurarmos a “sabedoria para ver a diferença”, devíamos procurar a sabedoria para fazer a diferença.

Quando se trata de mudar o mundo, o que a maioria de nós não tem, não é a coragem para alterar as coisas, mas sim as competências para o fazer.
A maior parte dos problemas não necessita de soluções que desafiem as leis da natureza; necessitam que as pessoas ajam de forma diferente.

Escolhendo a INFLUÊNCIA
Tipicamente não pensamos em nós próprios como influenciadores porque não vemos que o fio que percorre a maioria dos nossos triunfos e tragédias é exactamente a nossa capacidade de exercer influência. Se tal acontecesse iríamos investir mais do nosso tempo em encontrar mais e melhores formas de melhorar o nosso reportório de influência.


1- VOCÊ É UM INFLUENCIADOR
O trabalho realizado por Hopkins sobre a irradicação de um verme em aldeias em África mostra que existem alguns comportamentos que, se alterados, podem permitir aceder a todo um novo nível de performance.

Hopkins ensina-nos duas coisas muito importantes:
1. Como procurar sucesso onde os outros falham
2. Como localizar uma mão cheia de acções-chave que, se encetadas rotineiramente, irão garantir o nosso próprio sucesso.

Bandura, por seu lado, demonstra-nos a forma poderosa como o nosso comportamento é moldado pela observação dos outros. Os vários estudos por ele realizados indicam que as estratégias de influência podem efectivamente ser estudadas, testadas e dominadas.

No entanto, não nos podemos esquecer que os humanos não são meros peões que podem ser prontamente manipulados para fazer o que quer que desejemos. Bandura afirma que na realidade os humanos são seres muito complexos… afinal os humanos pensam!!

Os humanos observam, coagitam, tiram conclusões e só depois agem. É importante saber tudo isto porque, se queremos mudar o mundo, eventualmente teremos de mudar a forma como as pessoas se comportam. E se queremos mudar a forma como elas se comportam, temos de primeiro mudar como elas pensam.

Como a nossa deficiência na influência de outros advém de uma simples incapacidade e não de uma falha no nosso carácter ou falta de motivação, a solução está no treino constante. Todos podemos nos tornar poderosos influenciadores… não temos de procurar constantemente a serenidade. Para tal temos de nos passar a ver como influencidadores.

Podemos aprender as estratégias que nos permitem exercer a influência. Fala-se em estratégias poque não existe apenas uma!! Estas estratégias são neutras (value neutral), ou seja, funcionam para fazer o “bem” como funcionam para fazer o “mal”.


2 – ENCONTRAR VITAL BEHAVIORS
Procurar Comportamentos
Devemos nos assegurar que estamos à procura de estratégias que se focam no comportamento.

Procurar Comportamentos Vitais
Os peritos na arte de influenciar sabem que são precisos poucos comportamentos para conseguir uma grande mudança. Há que procurar cuidadosamente os comportamentos vitais que podem causar uma cascata de mudança. Se diluirmos os nossos esforços sobre muitos comportamentos nunca vamos conseguir produzir mudança. Uma forma de encontrarmos os comportamentos vitais é através do estudo dos desvios positivos – pessoas que deviam experienciar esse problema, mas que na realidade não o estão.

Procurar Comportamentos de Recuperação
As pessoas cometem erros e ainda assim encontram formas de entrar novamente nos eixos, em vez de se afundarem no desespero. Os comportamentos de recuperação constituem uma importante parte de todas as estratégias de influência utilizadas pelos grandes mestres.

Há que conduzir uma genuína busca dos comportamentos vitais. Se não o fizermos rapidamente estaremos à procura da serenidade.



3 – MUDAR A FORMA COMO VOCÊ MUDA AS MENTES
As pessoas tentarão mudar os seus comportamentos se:
1. Acreditarem que irá valer a pena
2. Consigam fazer o que é necessário

Para mudar uma ou ambas estas perspectivas, temos confiado apenas na persuasão verbal. Contudo, com problemas persistentes, esta estratégia tem falhado. Então chega a altura dos indivíduos experienciarem por eles próprios os benefícios dos comportamentos propostos.

Sempre que é impossível criar a experiência real, devemos criar uma experiência vicariante. Para muitas situações isso passa por contar uma história que crie imagens vívidas e que forneça detalhes concretos. É importante contarmos toda a história, criando uma ligação clara entre os comportamentos actuais e existentes (ou possíveis comportamentos futuros) e resultados negativos. A história também deve conter comportamentos positivos de substituição que levem a novos e melhores resultados.
Também as histórias têm de lidar com as questões: Vale a pena? e Consigo fazê-lo?.


4 – TORNAR O INDESEJÁVEL DESEJÁVEL
Com indivíduos que acreditam que os comportamentos requeridos não serão prazerosos, há que imergi-los na actividade. Eles têm que lhes dar uma oportunidade, que os experimentar.

À medida que experimentamos novas acções, devemos nos focar no sentimento de realização associado ao resultado. Deleite-se em realizar pelo simples facto de realizar.

Quando se trata de realizações a longo prazo, ligue-as à visão daquilo que as pessoas querem ser.

Perante situações que raramente serão satisfatórias ou que sejam muito satisfatórias mas pouco saudáveis, retire o foco da própria actividade e ligue o comportamento vital ao quadro de valores do indivíduo. É muito importante combater este desligamento moral, não deixando as pessoas minimizarem ou justificarem os seus comportamentos ao tornarem seres humanos em frias estatísticas.

Perante pessoas altamente resistentes à mudança, não se deve tentar controlar através de argumentos e lógica. Devemos sim compreender a ligação entre os seus comportamentos actuais e o que eles realmente querem.

As pessoas têm o desejo intrínseco de fazer o bem. Se conseguirmos apelar a isso, conseguimos uma força de influência muito forte, mais do que a recompensa ou o castigo.


5 – ULTRAPASSE OS SEUS LIMITES
Não devemos nos contentar com os nossos níveis de performance. Devemos exigir mais do que os níveis que alcançamos com um esforço mínimo. Para tal, devemos procurar feedback constante, comparando o nosso desempenho com padrões claros. Há que dividir as tarefas em pequenas acções, estabelecer objectivos para cada uma delas, praticá-las em ambientes de baixo-risco e criar estratégias de recuperação.

Quando se trata de exigências instintivas e reacções emocionais imediatas não devemos deixar que o nosso sistema emocional se sobreponha à nossa capacidade de pensar.

Tudo isto se deve ligar à capacidade. Através da prática deliberada devemos procurar níveis mais elevados de proficiência, bem como a capacidade de gerir as nossas emoções. Aumentamos assim a probabilidade de transformar comportamentos vitais em hábitos vitais.


6 – DESPOLETAR A PRESSÃO DOS PARES

As pessoas que são respeitada e bem relacionadas podem exercer uma enorme quantidade de influência sobre qualquer esforço de mudança. Por vezes, é necessária a intervenção da pessoa certa – o líder de opinião – para levar as pessoas a aceitarem a mudança. Igualmente importante é que se possa falar livremente dos assuntos de elevado risco e tópicos controversos – discurso público.

Quando a mudança é difícil é preciso procurar a ajuda de toda a gente envolvida. É preciso que a rede social onde o indivíduo está inserido seja consonante com a mudança a implementar.


7 – ENCONTRAR FORÇA NO NÚMERO
Num mundo interdependente o nosso maior opositor pode mesmo ser a nossa incapacidade de trabalhar em sintonia. Já que cada um de nós não possui sozinho tudo o que é necessário para ser bem sucedido nas tarefas complexas, precisamos de construir rapidamente um capital social.


8 – CONCEBER RECOMPENSAS E EXIGIR RESPONSABILIDADE
Em primeiro lugar apoie-se nos motivadores pessoais e sociais como primeira linha de ataque.

Quando recorremos a recompensas extrínsecas devemos garantir que elas estão imediatamente associadas aos comportamentos vitais. Menos é mais, sendo que é mais importante apostar no valor simbólico, mas sentido e genuíno de uma recompensa. Faça o seu melhor para recompensar comportamentos e não meramente resultados.

Se tiver de recorrer à punição, dê um aviso claro em primeiro lugar, deixe que as pessoas saibam o que lhes vai acontecer antes de efectivamente aplicar o castigo.


9 - MUDE O AMBIENTE

Por norma, simplesmente não pensamos nas coisas como a nossa primeira linha de influência. Se tivermos em consideração que as coisas são mais fáceis de mudar que as pessoas e que estas coisas podem ter um impacto permanente na forma como as pessoas agem, é altura de começar a usar esta forma de influência.

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