Achar que se consegue resumir Gladwell é quase pura fantasia pois os livros dele são já de si autênticos resumos, ricos na partilha de histórias, experiências (e humor!).
Ficam algumas notas:
I - TEORIA DAS FATIAS FINAS:
Basicamente a nossa mente inconsciente retira "pequenos pedaços" da realidade e automaticamente cria padrões no nosso cérebro, que lhe permite chegar a conclusões rápidas.
Gladwell partilha algumas experiências que o comprovam, como a de Ambady que concluiu que basta um vídeo de 2 segundos mostrado a um grupo de alunos para que eles decidam instantaneamente se estão perante um bom ou mau professor! O melhor disso é que o filme pode inclusivamente SER MUDO que os resultados são concordantes com avaliações cruzadas que são feitas apenas... no final do semestre!
Gladwell fala também de John Gottman que consegue descobrir se um casal se vai ou não divorciar apenas com base na forma como discutem; da de Gosling, que demonstra que a melhor forma de conhecer a personalidade de alguém é... ir a casa dela e olhar-lhe o quarto; entre outras.
II - A PORTA TRANCADA.
Neste capítulo Gladwell revela experiências que comprovam que a nossa mente inconsciente fica a procurar soluções para problemas mesmo quando desistimos "conscientemente" (acho que todos já tivemos a experiência de Eureka).
III - O ERRO DE WARREN HARDING
Aqui mostra-se como os nossos estereótipos influenciam as nossas decisões. Um caso típico foi Warren Harding, ex-presidente dos EUA, que foi eleito (inconscientemente, claro) devido à sua aparência física, por mais que custe acreditar.
Algumas experiências curiosas deste capítulo:
- é racista? Mesmo que diga não faça o teste em www.implicit.harvard.edu
- sabia que 2,4cm a mais representam ganhar em média mais USD 789$ por ano nos EUA?
IV - A GRANDE VITÓRIA DE PAUL VAN RIPER
Excesso de informação prejudica a tomada de decisão e Paul Van Riper, general Norte-Americano que há uns anos foi convidado pelo Pentágono para comandar uma equipa de "rebeldes" num jogo de Guerra simulado contra uma equipa ultra-sofisticada do Pentágono, conseguiu provar isso. Apesar da equipa ultra-sofisticada ter tecnologia de ponta, a equipa de Riper deu-lhe claramente a volta, mostrando que a intuição e a espontaneidade são coisas que nem mesmo a mais alta tecnologia consegue combater.
Acima de tudo o que Gladwell demonstra com esta e outras experiências é que o excesso de informação prejudica a tomada de decisão.
V – O DILEMA DE KENNA
Lembra-se do Pepsi Challenge? Onde colocavam pessoas vendadas a provar Pepsi e Coca-Cola e onde a Pepsi ganhava quase sempre? Para combater isso a Coca-Cola decidiu retirar a marca do mercado e lançar a New Coke. Com isto correu sérios riscos de desaparecer pois o que as pessoas queriam era mesmo...Coca-Cola!
A questão é que os consumidores no seu estado “normal” não bebem Coca-Cola vendados. Para além disso, a maioria das pessoas não distingue embalagem de produto – uma influencia a outra.
VI – 7 SEGUNDOS NO BRONX
Neste capítulo Gladwell delicia-nos com mais algumas experiências fantásticas:
Através de Paul Ekman ficamos a saber que é possível “ler mentes” olhando para o rosto das pessoas; por Shultz percebemos porque reconhecemos uma pessoa passados 40 anos mas não a nossa mala no Aeroporto; e, por fim, pela de Klinger, percebemos porque ficamos com a capacidade de pensar igual à de um Cão quando estamos sobre elevada pressão e o nosso ritmo cardíaco ultrapassa as 175 bpm.
Espero que vos tenha aberto o apetite!
2 comentários:
Ótimos comentários.
Com certeza vou comprar o livro! =)
Bacana! Adorei. Vou adicionar seu blog aos meus favoritos
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